sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Dislexia e os Problemas com a Emoção

As repercussões da dislexia são muitas vezes consideráveis, quer ao nível do sucesso escolar, quer ao nível do comportamento e estado emocional da criança, originando nestes domínios perturbações de gravidade variável, que importa reconhecer e evitar na medida do possível. 

A criança disléxica é geralmente triste e deprimida pelo repetido insucesso escolar e pelo fracasso em superar as suas dificuldades, outras vezes mostra-se agressiva e angustiada. A frustração causada pelos anos de esforço sem êxito e a permanente comparação com as demais crianças provocam sentimentos de inferioridade.

Em geral, os problemas emocionais surgem como uma reacção secundária aos problemas de rendimento escolar. As crianças disléxicas tendem a exibir um quadro mais ou menos típico, com variações de criança para criança, cujas reacções mais características são:

Reduzida motivação e empenho ;
Sintomatologia ansiosa ;
Atitude depressiva ;
Reduzida auto-estima e auto-conceito acadêmico;
Sentimento de insegurança e de vergonha;
Sentimento de incapacidade, de inferioridade e de frustração;
Problemas comportamentais caracterizados por comportamentos de oposição e desobediência perante as figuras de autoridade;
Outras problemáticas poderão estar presentes como seja a enurese noturna, perturbação do sono, sintomas psicossomáticos, etc.

Esta sintomatologia não permite por seu lado a natural concentração, interesse e desejo de aprender, perturbando muitíssimo as condições de aprendizagem na criança.

Fonte: Portal da dislexia

Principais manifestações da dislexia nas competências de leitura e escrita:

Um atraso na aquisição e automatização das competências da leitura e escrita.

Dificuldades acentuadas ao nível do Processamento Fonológico: Consciência, Codificação e Nomeação.

Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar.

Dificuldade na leitura de palavras regulares, irregulares, frequentes, pouco frequentes e pseudopalavras.

Dificuldades na memória verbal e na memória de trabalho.

Leitura silabada, decifratória, hesitante e com bastantes incorrecções.

Omite ou adiciona letras e sílabas (ex: famosa-fama; casaco-casa; livro-livo; batata-bata; biblioteca/bioteca;

Confusão e dificuldades na descodificação de letras ou sílabas (o-u; p-t; b-v; s-ss-ç; s-z; f-t; m-n; f-v; g-j; ch-x; x-z-j; nh-lh-ch; ão-am; ão-ou; ou-on; au-ao; ai-ia; per-pre;)

Poderá ocorrer (apesar de não muito frequente) alguma confusão entre letras com grafia similar, mas com diferente orientação no espaço (b-d; d-p; b-q; d-q; n-u, a-e;…)

Na leitura, substituição de palavras por outras de estrutura similar, porém com significado diferente (saltou-salvou; cúbico-bicudo;...) e/ou substituição de palavras inteiras por outras semanticamente vizinhas (cão-gato; bonito-lindo; carro-automóvel).

Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos lidos (devido à sua deficiente leitura).

Presença de muitos erros ortográficos: erros fonológicos e erros nas palavras grafo-fonémicas irregulares. Na escrita podem surgir palavras unidas ou separadas, repetição de letras ou de sílabas, colocação de letras ou de sílabas antes ou depois do lugar correcto.

Dificuldades em exprimir as suas ideias e pensamentos em palavras. Muitas dificuldades na escrita de composição. Dificuldades na organização das ideias no texto.

A qualidade da grafia poderá ser deficitária: letra rasurada, disforme e irregular.

Nota: Não é necessário que estejam presentes todos estes indicadores em simultâneo, para que seja diagnosticada um caso de dislexia. Estes indicadores devem apenas alertar para a possibilidade de um possível caso de dislexia, já que é preciso compreender a razão destes comportamentos.

Segundo vários autores não se pode falar de dislexia (ou melhor ... não se pode fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um a dois anos de aprendizagem escolar, pois anteriormente a esta idade erros similares são banais pela sua frequência.

Para um correto diagnóstico de uma perturbação da leitura é indispensável recorrer à avaliação COM profissionais experientes neste domínio.

Fonte: Portal da Dislexia

Critérios de Diagnóstico

Deve-se verificar se na história familiar existem casos de dislexia ou de dificuldades de aprendizagem e se na história desenvolvimental, médica e escolar da criança ocorreu alguma problemática que possa estar a justificar tais dificuldades.

A dislexia resulta de alterações neurobiológicas na forma como o cérebro processa a informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do processamento fonológico e noutros domínios psicolinguísticos e neuropsicológicos que conduz a um conjunto significativo de alterações na leitura e escrita.

Na leitura notam-se confusões de grafemas cuja correspondência fonémica é próxima ou semelhante ou cuja forma é aproximada, bem como surgem frequentes inversões, omissões, adições e substituições de letras e sílabas. Ao nível da leitura de frases, existe uma dificuldade na velocidade de leitura, bem como revelam uma análise compreensiva da informação lida deficitária. A criança apresenta dificuldades na fluência, precisão e compreensão da leitura, encontrando-se comprometida ambas as vias de leitura (lexical e fonológica).

Ao nível da produção escrita a sintomatologia é semelhante, verificando-se a presença de múltiplos erros ortográficos, dificuldades na descodificação fonema-grafema, défices acentuados na construção e organização frásica, e por vezes, pode surgir associada uma grafia irregular, etc.
Fonte:http://www.dislexia-pt.com/diagnostico.htm

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Qual a causa da dislexia?

A dislexia tem sido relacionada a fatores genéticos, acometendo pacientes que tenham familiares com problemas fonológicos, mesmo que não apresentem dislexia. As alterações ocorreriam em um gene do cromossomo 6 . A dislexia, em nível cognitivo- lingüístico, reflete um déficit no componente específico da linguagem , o módulo fonológico, implicado no processamento dos sons da fala. Uma criança que tenha um genitor disléxico apresenta um risco importante de apresentar dislexia, sendo que 23 a 65 % delas apresenta o distúrbio.
Um gene recentemente relacionado com a dislexia é chamado de DCDC2. Segundo o Dr. Jeffrey R. Gruen, geneticista da Universidade de Yale, Estados Unidos, ele é ativo nos centros da leitura do cérebro humano.
Outro gene, chamado Robo1, descoberto por Juha Kere, professor de genética molecular do Instituto Karolinska de Estocolmo, é um gene de desenvolvimento que guia conexões, chamadas axônios, entre os dois hemisférios do cérebro.
Pesquisadores dizem que um teste genético para a dislexia pode estar disponível dentro de um ano. Crianças de famílias que têm história da dislexia poderão ser testadas. Se as crianças tiverem o risco genético, elas podem ser colocadas em programas precoces de intervenção. 

Como posso identificar se "minha" criança ou aluno é disléxico?

• A criança tem dificuldade em assimilar o que o professor ensina na sala de aula, mesmo quando está prestando atenção. A conseqüência disso é a dispersão e falta de interesse. (lembrando que não somente na dislexia isso pode ocorrer);
• Dificuldades com rimas, aliteração, no reconhecimento de letras e fonemas, ainda na fase de alfabetização;
• Dificuldades na leitura de palavras curtas e simples;
• As crianças reclamam muito da leitura;
• Confundem palavras;
• Dificuldade em soletrar palavras;
• Dificuldade em ler em voz alta;
• Dificuldade em memorizar as palavras;
• Exclui-se qualquer tipo de deficiência, mental, auditiva e visual;
• Trocas na fala (persistem até depois dos 6 anos);
• Desorganização geral;
• Dificuldade em lembrar dias da semana e do mês;
• Dificuldade em contar e recontar histórias já conhecidas por ela

O que é dislexia?

A dislexia apresenta-se como uma redução na velocidade e qualidade da aquisição das habilidades de leitura e escrita, onde há uma dificuldade no aprendizado da criança de modo geral. Normalmente aparece logo na fase de alfabetização, onde já aparecem as dificuldades da criança para aprender a ler e a escrever. A criança disléxica se encontra sempre atrasada em relação às crianças de sua classe.
A maior dificuldade que a criança com dislexia encontra, é de reconhecer as palavras, sem confundi-las com outras, que normalmente, tem fonemas parecidos. O fonema é a menor unidade de som dentro da linguagem, é o “som de cada parte da palavra”.
As crianças disléxicas não reconhecem os fonemas individuais, não conseguem perceber e reconhecer os pedaços de sons que formam a palavra, somente consegue ouvir o som da palavra inteira.
A dislexia se caracteriza assim, por uma desordem fonológica.
Não se pode confundir fonema com letra, pois a primeira expressa o som e a segunda, o que se escreve. Ex: a palavra FITA é constituída de 4 fonemas “fee, iii, têe, aaa”.
A dificuldade que as crianças disléxicas apresentam, é de não processar a quebra das palavras, ou seja, não decodificam as palavras em fonemas.
É muito comum essas crianças confundirem palavras com sons parecidos, como por exemplo, “VACA E FACA”. Quando se mostra pra criança disléxica a figura de uma vaca, ela pode dizer que é uma faca, porem dizem que é o animal mãe do bezerro, que mora no pasto... Porque sabe o que é e para que serve, os objetos que lhe são apresentados, apenas não acessa no cérebro o fonema correto, pronunciando “f” ao invés de “v”.